O argumento da microevolução mais tempo é um argumento para a evolução bilógica que afirma que, se em um determinado ambiente ocorre microevolução e lhe é dado tempo suficiente, inevitalmente ter-se-á macroevolução. Defendido por pessoas como o biólogo Richard Dawkins[fonte?], ele pode ser utilizado tanto para a aceitação da viabilidade da macroevolução quanto para defender que esta ocorreu na Terra. No segundo caso, um exemplo deste argumento poderia ser esquematizado da seguinte maneira:
- Se em um determinado ambiente ocorre microevolução e há tempo suficiente, macroevolução inevitalmente ocorrerá.
- Na Terra ocorre microevolução.
- A Terra houve tempo suficiente (aprox. 2,5 bilhões de anos).
- Logo, macroevolução inevitavelmente ocorreu.
Avaliação[]
Muito embora possa parecer intuitivamente plausível, há dois grandes problemas de natureza empírica quanto à validade deste argumento.
Primeiramente ele assume que macroevolução necessariamente ou mesmo muito provavelmente há de ocorrer se as condições "microevolução mais tempo" estiverem presentes, o que não é verdade; estes dois fatores são, no máximo, condições necessárias para aquela ocorrer, porém não suficientes. Exemplos onde tais condições estavam presentes e mesmo assim nenhuma macroevolução ocorreu são visíveis na natureza seja por meio dos "fósseis vivos", espécies como o Celacanto que teriam permanecido essencialmente inalteradas embora existindo por milhões de anos, seja por meio da observação de que milhões de mutações em vírus como o HIV e o da malária não resultaram em nenhum caso de macroevolução conhecida.[1]
Não apenas essas condições são apenas necessárias, porém não suficientes, mas também há evidências de que existem barreiras à capacidade da microevolução produzir macroevolução mesmo quando muito tempo é presente, ou seja, talvez simplesmente não exista todas as condições suficientes para que a macroevolução ocorra. As mesmas pesquisas com os vírus do HIV e da malária sugeriram que mesmo muitas mudanças não são capazes de acontecer simplesmente como resultado dessas duas condições simplesmente porque requerem mutações e combinações de mutações praticamente impossíveis de ocorrer devido à sua altíssima improbabilidade. Em face de tais dados, faz-se necessário que o defensor deste argumento seja também apto a demonstrar que a premissa
- Não há barreiras à ocorrência da macroevolução à partir de microevolução mais tempo.
é verdadeira, uma tarefa difícil e, aparentemente, ainda não realizada.
Referências